Enquanto o Renault Duster continua dando um banho de vendas na atual geração do EcoSport (cerca de 700 unidades de vantagem ao mês), a Ford corre contra o tempo nos bastidores, realizando testes e mais testes para conseguir lançar a nova geração do seu jipinho ainda no primeiro semestre deste ano. E não é que no último dia 4 de janeiro, mesmo que sob a forma de conceito, a Ford o apresentou simultaneamente aos brasileiros e indianos! Mesmo com a última reestilização, ocorrida em 2010, o Eco, já no mercado desde 2003 parece velho e desatualizado quando comparado ao SUV franco-romeno Duster.
O novo EcoSport não é apenas um novo produto oferecido pela Ford no Brasil, além de ter sido todo pensado e projetado pelos engenheiros da filial brasileira, ele segue o desenho dos modelos globais da marca (assim como o Novo Fusion), e assim será comercializado, ao redor de todo o globo, do Brasil para o mundo. Sua produção, para atender a tantos mercados, deverá se concentrar no Brasil, em Camaçari-BA, na Índia e na Tailândia. Brasília e Nova Dehli não foram escolhidas para a apresentação do modelo ao acaso, as capitais brasileira e indiana representam os mercados emergentes, tão importantes para as montadoras automotivas. Brasil e Índia fazem parte do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), grupo de países cujas economias crescem em ritmo acelerado e são promessas de bons investimentos.
O novo Eco lembra os irmãos maiores norte americanos Escape e Territory, entretanto, tem identidade própria, e por isso mesmo deverá ser comercializado inclusive nos EUA. Ele herdou a plataforma dos novos Fiesta hatch e sedan, que também deverão ter suas produções nacionalizadas, deixando de vir do México. O Eco é o primeiro dos lançamentos globais da marca, inserido no projeto “One Ford”, que deverá globalizar todos seus veículos até 2015. Antes mesmo de sua chegada, desembarca por aqui a nova geração da pick-up Ranger, que travará um duelo com a nova S-10. Depois será a vez do novo Fusion, provavelmente em outubro, ou durante o Salão do Automóvel em São Paulo em novembro, junto com o Ka global, que não irá aposentar o nosso atual, e a novíssima família do Focus.
R$ 2,8 bilhões foram destinados à ampliação da fábrica de Camaçari-BA que terá sua capacidade produtiva ampliada em 20%, passando de 250.000 para 300.000 unidades ao ano. Até 21015, mais R$1,8 bilhões deverão ser investidos. Enfim, parece que após anos que perdas gradativas do mercado e a sombra de Renault cada vez maior e mais próxima, Ford acordou e parece renascer mais forte, após anos de crise da matriz norte americana, das perdas de marcas, como a Land Rover e assim ir reconquistando mercados, seu prestígio e sua história.
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